terça-feira, 12 de outubro de 2010

Stirling Moss - o "dois" da formula um

Sir Stirling Crawford Moss , ou simplesmente Stirling Moss, tem todos os atributos para ser chamado de “lenda viva”. Piloto britânico talentosíssimo, é considerado um dos maiores nomes a passar pelo seleto grupo da Formula1.

Rico, bem sucedido e muito ativo aos 81 anos, Stirling Moss correu 529 vezes desde 1948 até 1962 , vencendo nada menos do que 212 vezes, uma marca de tirar o fôlego, com 40% de vitórias.Na Formula1 começou em 1951 e até parar em 1961 foram 66 Grandes Prêmios, com 16 vitórias.

Seus números são impressionantes mas uma marca nunca foi atingida - a de campeão de Formula1. Embora não lhe faltassem talento nem competência, Stirling Moss não alcançou o topo da fama por um simples motivo. O de correr na mesma época que o famigerado piloto argentino, Juan Manoel Fangio (foto ao lado).

Fangio foi considerado o mais brilhante corredor de Formula1 da chamada “era romântica” onde o talento do corredor pesava mais do que tudo. Foi campeão cinco vezes – 1951, 1954,1955,1956 e 1957 – justamente o período em que Stirling Moss também brilhava.

Moss começou na Formula1  em 1951, com um modesto em oitavo lugar no Grande Premio da Suíça, um dos oito Grandes Premios válidos para pontuação. Haviam 14 provas adicionais, onde não se pontuava, e Moss chegou entre os seis primeiros em pelo menos quatro delas, chegando a ficar em terceiro no Grande prêmio da Holanda. Neste ano Fangio já conseguia seu primeiro campeonato mundial, com grandes duelos com o italiano Alberto Ascari.

Nos anos de 1952,1953 quem brilhou foi o italiano Alberto Ascari e Moss não se destacou. Em 1954 veio o bi-campeonato de Fangio e Moss já aparecia em décimo-terceiro, com um brilhante terceiro lugar na Bélgica.

A temporada de 1955 foi marcada por grandes tragédias, a pior nas 24 horas de Le Mans onde cerca de 80 espectadores morreram depois que o carro de Pierre Levegh foi arremessado contra o publico. Com algumas provas canceladas restaram apenas sete Grandes Prêmios para se pontuar. Mesmo assim a disputa foi árdua. Nessa época , nada menos do que 21 equipes participaram. Algumas, como a Maseratti, tinham até 11 pilotos (lembrando que, na época, era permitido a troca de pilotos durante a corrida). Naquele ano 67 pilotos chegaram a disputar pelo menos uma corrida. Fangio ganhou quatro das sete e mais um segundo lugar. Stirling Moss, que correu pela Mercedes – mesma equipe de Fangio - ganhou uma prova e ficou em segundo em duas. Assim Fangio se tornou tri-campeão enquanto que Moss chegava a vice.

Na temporada seguinte, em 1956, o numero de Grande Prêmios onde se pontuava foi a oito. Ainda eram 21 equipes – com um a doze carros. Neste ano Fangio tinha ido para a Ferrari. Stirling Moss se mudara para a Maseratti. Fangio não estava para brincadeira. Ganhou três GPS ficou em segundo em outros dois. Foi campeão pela quarta vez, sendo três seguidas. Moss ganhou apenas um GP, menos que os dois de Peter Collins - outro piloto da Ferrari - mas sua campanha mais regular permitiu ser novamente vice.

Em 1957 a disputa foi acirrada. Fangio tinha ido para a Maseratti, mesma equipe de Moss. Mas na segunda corrida Moss mudaria para a Vanwall, uma equipe nova. Fangio teve quatro vitórias contra três de Moss. A vitória de Fangio em Nurburbrig foi considerada uma das mais espetaculares da história da Formula1. No final do campeonato a história se repete. Fangio em primeiro, se tornando cinco vezes campeão, sendo quatro consecutivas.  Moss ficou em segundo – pela terceira vez.

Finalmente em 1958 Fangio disputou apenas duas provas e decidiu se retirar. Sem o grande campeão para lhe ofuscar Moss venceu quatro das 10 provas onde se pontuava, além de ober um segundo lugar. Mas o incrível aconteceu. Mike Hawthron, o mesmo piloto que venceu a trágica prova de Le Mans em 1955, manteve uma regularidade incrível. Pontuou em 8 das 10 provas e , de acordo com o regulamento da época, podendo ficar apenas com os seis melhores, terminou como campeão do mundo – com um ponto a mais do que Moss, o vice, pela quarta vez consecutiva.

Moss ainda correu nas temporadas de 1959, 1960 e 1961. Nas três ficou em terceiro.

Moss até hoje se apresenta (desfilando - não correndo) em eventos festivos. É admirado pelos fãs do passado. Um ídolo britânico. O título de campeão de Formula1? Não levou. 

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